quarta-feira, abril 8

Utopia

Imagina que neste mundo todo, além de ti, há eu somente...
Que eu assim o imagno, insanamente, em relação a ti!...
Então, podes estar em qualquer parte ou estar aqui,
Pois, indo aonde fores, encontrar-nos-emos finalmente.

Só nós os dois - fiéis - circulamos nele, vagamente;
Tudo o que eu ouvir... virá certamente de ti...
Tudo o que eu vir, se não és tu... finjo que não vi!...
E apenas tu, linda como és, trago pendurada na mente.

Uma utopia assim seria demais, audaz e capaz!
E nós, eu e tu, podemos - se quiseres - concebê-la;
Apenas temos que descobrir como tudo isto se faz.

Pois, pela perfeição, já és, indubitavelmente, a mais bela...
E o imaginável, todo ele, com tudo, em minha mente jaz;
O que nos falta então? É, sim, o querer realizada vê-la!

Escravo Teu

É-me impossível ter na vida plano decisivo,
Se tu, bem-querer, não és dela parte integrante;
Prefiro pensar que nada existe nela de interessante,
Se a minha vida não me tem por ti cativo.

Sem tal cativeiro até que, por acaso, sobrevivo...
Porém, quero estar preso a ti a todo o instante,
Numa livre prisão, num atormento calmante,
Que me faz dono da minha dona por quem vivo.

Quero passar por tudo para te ter comigo
E estou disposto a qualquer provação:
Sacrifico a vida, enfrento o maior perigo...

Expõe teus desejos que todos eles se farão,
Porque sei que as exageradas palavras que digo
Nunca traduzem o que poderei fazer de coração!