quinta-feira, abril 24

Doce Cativeiro

A primeira vez que te vi, estavas lindamente retraída;
À segunda, tuas alegrias já se anteviam mais soltas;
À terceira, os meus pecados todos, sem voltas,
Confessei-te e propus-te que minha fosses para a vida.

Subitamente, aprazível mudança estava estabelecida:
Minha e tua vidas entrelaçadamente envoltas,
Teus cheirosos cabelos, de pontas longamente soltas,
Eram propriedade minha... E tu, toda consentida!...

Quando ninguém me apetecia, tornaste-te na musa
Que me cativou o coração, discreta e merecidamente;
E em momento nenhum pude presentir-te confusa.

Então de amor te enchi! Apaixonei-me perdidamente
E o meu consciente desde então, até agora, se escusa
De indagar o porquê deste desejo sempre presente.

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