O poeta que sofre, carpe e verseja;
Poeta que se derrete e morre por quem deseja;
Eis o poeta que canta sua dor com doçura!
Carpe-lhe o peito de desventura,
Mas entrega-se ao sacrifício, qual seja!
Platónico é e paradoxalmente almeja
Devotar seu âmago à noite escura.
De um modo sóbrio expõe sua alma:
Com tanto penar e carpir sem partilha,
Lá está o poeta com sua irónica calma!
Vê em algo macabro sobeja maravilha;
Idealiza a amada, tem-na como divina palma*...
Canta e chora sua dorida nostalgia em pilha*!
*Palma - Prémio
*Pilha - Rima
Fogo, 28 de Agosto de 01
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